quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Um céu nublado e seis sentidos.



Meus 6 sentidos estavam ativos,
todos ao mesmo tempo, com diversas funções.
Meu olfato sentia que a chuva chegaria,
Meu paladar sentia o suave gosto de grama,
Minha visão enxergava mais do que um céu nublado e uma árvore,
Minha audição ouvia o canto dos pássaros indo dormir e a dos grilos ao surgir
Meu tato sentia a doce chuva que caía em minha pele, sutilmente...
O sexto sentido? Nem eu sei ao certo. Mas acho que a sensação de paz que eu estava, fazia parte de mim.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Amor é para fracos...




Nunca fraquejei, porque nunca o senti.
Sou mais forte, não me deixo levar
Os bons se contentam com cházinhos,chocolates em forma de coração e por que não alguns livros?

domingo, 19 de setembro de 2010

Pele anônima



Eu vou superar
Sou quase o que quero ser
Um estudo a voar
Eu escolhi viver

Estou tão feliz por conseguir
Feliz por você não gostar,
Eu decidi ir
e mandar você se ferrar.

Quando acordo,
vou me arrumar,
Estou a bordo,
a cidade vou quebrar.

É cedo pra usar um vestido
Mas quem liga?
Não tenho marido,
e não sou diva.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Novo livro. Introdução.

Introdução


Não acredito em alma gêmea. Não acredito que duas pessoas possam se amar até o fim da vida e quem dirá até a eternidade. Mas como diria Isaac, acredito no equilíbrio entre as pessoas.
Nossos pais eram muito liberais e sempre nos deixavam muito á vontade. Hoje, costumo dizer que como eles estavam sempre ausentes, compensavam com a liberdade e com todos os objetos materiais que podiam oferecer. Morávamos em São Paulo e nossa vida era bastante agitada.
Éramos três irmãos: Gabriel, o mais velho e consequentemente o mais maduro. Tinha 25 anos, e era formado em engenharia mecânica. Isaac era o do meio, tinha 23 anos e ainda estava tentando passar em algum vestibular. E eu, Raquel, 19 anos, e não queria fazer uma faculdade, quando se é linda e rica, quem liga?
Gabriel era a ovelha negra da família, ia a festas, mas ficava sentado parecendo um morto, não dançava, não fumava e não bebia. Por ser muito maduro e inteligente, sempre achei que ele era uma pessoa muito triste. Mas na verdade ele só era um pouco reservado.
Isaac era minha versão masculina, dançava, pulava, bebia e fumava. Lembro que quando eu tinha 16 anos, estávamos numa festa e ele veio com dois comprimidos:
— O que é isso? – perguntei curiosa ao ver aquele comprimido
— Ecstasy. – respondeu e logo perguntou – Quer?
Eu adorava novas experiências e nem queria saber quais as conseqüências, peguei um comprido e tomei com um gole de vodka.
Fiquei completamente pirada. A sensação era parecida com a de embriaguez. Eu fiquei completamente tonta e eufórica, as luzes da festa eram tão lindas, parecia que meu corpo estava tão leve, parecia que eu iria voar. Depois de uns minutos comecei a sentir uma forte atração por todos que tinham naquela festa. Depois daquilo não consigo mais lembrar o que aconteceu, apenas que no dia seguinte acordei cheia de espinhas, com a blusa ao contrário. Ao sair de dentro do guarda-roupa, vi que aquela casa não era minha e sem querer saber quem era o dono daquele lugar, pulei a janela. Isso me rendeu alguns arranhões.
Eu considerava minha vida perfeita, tinha amigas leais e um tanto falsas. Humilhávamos todos e eu adorava isso.
Uma vez cheguei em casa e ouvi a voz rígida do meu pai de longe. Fui em direção á ele:
— Sente-se aí. – disse.
Estavam meus dois irmãos sentados no sofá e nossos pais na nossa frente. Obedeci e me sentei:
— As coisas andam meio complicadas para nós. Vou poupar vocês de falar as coisas que estão acontecendo porque vocês nunca irão entender, não com a idade e com o comportamento de vocês. Resumindo, iremos nos mudar para uma cidade pequena do Paraná, pelo menos até as coisas melhorarem.
— O quê?!? – dei um berro tão alto que todas as pessoas que estavam presentes na casa se assustaram. – Do que você está falando?
Meu pai permaneceu com uma expressão séria e calma:
— Nós iremos nos mudar.
— Não acredito nisso! – gritou Isaac.
— Nossa vida é perfeita aqui! Pra que mudar? – perguntei fazendo um escândalo.
— Perfeita? Você disse perfeita? – meu pai ficou irritado – Você e seu irmão têm 19 e 26 anos e são dois vagabundos! Vocês não fazem nada além de ficar indo em festas! O que vai ser de vocês quando eu e sua mãe morrermos? Como vão administrar o dinheiro? Com coisas fúteis com certeza. Nós iremos sim, porque além de vocês morarem embaixo do meu teto, vocês não me dão motivo pra ser legal. Vocês vão sim! E o único que vou perguntar se quer ir é pro Gabriel.
— Eu vou sim pai. – respondeu Gabriel com uma voz baixa, logo depois se levantou e foi para seu quarto.
Meus pais saíram logo depois e ficamos eu e Isaac sentados no sofá com cara de idiotas:
— O que será de nós, Isaac? – perguntei pasma.
— Eu realmente não sei. – respondeu.
Uma semana depois, nós saímos de São Paulo.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010