Tinha
acordado mais cedo, eram 7:30 da manhã no relógio da cozinha. Eu pouco dormi
essa madrugada, e quando cochilava, sonhava com ele. Olhando para meu novo
apartamento, bonito, novo, que eu nunca conseguiria locar sozinha, senti um
arrepio subindo pelas minhas costas, acariciando minha pele sensualmente. Por
que eu estou sentindo isso? Eu tinha acabado de mudar minha vida, não pretendia
me apaixonar agora. Não. Eu não estou apaixonada.
Tomo um
gole de chá na caneca que ganhei dele como lembrança da ida num parque de
diversões. Oh céus, o que estava acontecendo comigo? Eu resolvo me mudar de uma
maldita casinha que consegui quando vim para essa cidade, vi um apartamento
maravilhoso, mas era muito mais caro do que eu podia bancar. Meus pais já não
podiam me ajudar, foram embora faz muito tempo. Não possuo irmãos e estou completamente
sozinha no mundo. Eu não consigo lembrar como, mas ele entrou na minha vida,
ofereceu-se para dividir o apartamento comigo. Eu, fria, aceitei. Qual era o
problema de dividir um apartamento com um homem? Os problemas eram enormes.
Parecia que os dias iam passando e nossa relação ficava cada vez mais próxima.
Nessa ultima semana tenho pensado mais ainda nisso, tenho evitado conversar com
ele. Evito olhar para ele.
Já
parei no meio de um parque gritando, me ajoelhando no chão e querendo saber o
motivo... Por que fazer isso comigo novamente meu Deus? O amor já não dói
demais? Não. Não estou amando. Não posso. Não quero. Ele me olhava de um jeito
tão malicioso mas de um jeito tão inocente ao mesmo tempo, fazia meu corpo
tremer e se arrepiar, cada célula do meu corpo queria se entregar, queria
encostar em seus lábios, mas não. Eu não posso. Já amei antes e é terrível.
Atrapalhando
meus pensamentos, ele levanta. Encara-me encostado na parede. Evito contato
visual e entro no meu quarto novamente. Deito-me de barriga para cima, falta
tempo para começar o trabalho, fecho os olhos e tento evitar todos os
pensamentos envolvendo aquele homem. Ele entra no meu quarto vagarosamente,
delicado, começou a beijar meu pescoço. Minha barriga gelava e minhas pernas se
cruzavam: “Não, por favor, não”- eu repetia baixinho várias vezes. Mas ele
começou a encostar nos meu lábios e nos beijamos... e de repente vieram mais
beijos... E mais... e mais...